O que é epigenética?
Segundo o professor e pesquisador Marcelo Fantappiéia, no artigo Epigenética e Memória Celular:
“Epigenética é definida como modificações do genoma que são herdadas pelas próximas gerações, mas que não alteram a sequência do DNA.”
Segundo o autor, a formação do embrião depende da captação de sinais pelas células que vêm de dentro das próprias células, de células vizinhas (incluindo as células da mãe) e do meio externo. Os sinais recebidos pelas células irão determinar tanto a morfologia e fisiologia do futuro embrião e indivíduo, quanto seu comportamento. Nesse sentido, as células respondem a nutrientes e hormônios, mas também a sinais físicos, como calor e frio, e comportamentais, como estresse e carinho.
Ele cita ainda alguns exemplos de como o meio pode determinar caracteríscas dos seres. As experiências vividas pelos pais, como alimentação, podem ser transmitidas para as gerações futuras. Isso tem sido bem demonstrado em uma série de estudos onde famílias com grave escassez de alimentos na geração dos avós, filhos e netos têm maior risco de doenças cardiovasculares e diabetes. Outros estudos sugerem que as mães passem aos filhos os efeitos cognitivos durante a gestação, provavelmente liberando hormônios que fazem com que marcadores químicos epigenéticos (não dependentes dos genes) apareçam nos genes de seus filhos, regulando sua expressão depois do nascimento.
Mas, qual a importância de sabermos da existência deste conceito?
A questão é que não somos tão reféns de nossa hereditariedade quanto costumamos acreditar. Muitas das doenças que manifestamos não estão relacionadas somente à carga genética que portamos como costumamos nos justificar.
Muitos acreditam que se algum parente próximo desenvolveu câncer, diabetes, obesidade, cardiopatias, depressão e mais uma série de outras doenças crônicas, então, estão fadados ao mesmo padecimento.
Na verdade, se mantiverem os mesmos hábitos que seus familiares, muito provavelmente desenvolver
ão doenças semelhantes. No entanto, isso não tem a ver com hereditariedade.
E o libertador deste conhecimento é o fato de que o controle de nossa saúde está mais em nossas mãos do que supúnhamos.
Uma das maneiras mais eficazes de determinar se um gene será ou não expresso encontra-se na alimentação.
Um exemplo disso, comentado pelo renomado médico Dr. Lair Ribeiro:
“Uma mulher que, teve a mãe e a irmã morta pelo câncer de mama, apesar dela possuir esse gen, ela pode fazer com que esse gen fique adormecido e não venha a se expressar. Para isso, ao invés dela se submeter a uma mastectomia radical bilateral preventiva, ela simplesmente passa de 2 a 3 vezes por semana a ingerir crucíferas (rep
olho, brócolis, couve, nabo, couve de bruxelas), pois estes alimentos possuem uma substância chamada Indol 3 Carbinol, e essa substância não deixa que esse gen venha a se expressar, faz com que esse gen seja silenciado, fique adormecido, impedindo que essa mulher venha a desenvolver câncer de mama. Ou, caso ela não deseje fazer a ingestão de crucíferas de 2 a 3 vezes por semana, ela poderá ingerir 200 mg de Indol 3 Carbinol na forma de suplemento diariamente. “
Portanto, é muito importante conhecer as doenças que afligem nossos pais e parentes mais próximos, mas não para nos conformarmos com a crença de que também adoeceremos. É importante este conhecimento para prevenirmos a expressão desses genes. E isso se dará tanto pela alimentação quanto por outros hábitos como a não exposição a estresse, radiação e intoxicação de todas as espécies, inclusive medicamentosa.
Também é urgente que transmitamos esses mesmos hábitos saudáveis a nossos filhos. Cuidando desde o início de suas existências – ainda durante a gestação – para que estes vivam de maneira natural, expressando a vida em sua plenitude e abundância.