Hoje não esqueça que sua vida importa
Analisando minha própria história e testemunhando a história contada por centenas de mulheres nos últimos anos, em meus atendimentos, percebo o quanto nos acostumamos a nos colocarmos em um lugar secundário no cotidiano.
É como se fosse normalizado deixar as próprias escolhas de lado a fim de atender a todos ao nosso redor, mesmo quando isso nos machuca profundamente.
Aprendemos isso ainda em nossa infância, vendo como nossas mães e avós se comportavam dentro da família.
Isso era reforçado também pela mídia recheada de filmes em que as mulheres se desdobravam – aparentemente sem esforços – para serem mães, donas de casa perfeitas e mulheres de aparência impecável.
Crescemos sendo prestativas e, em muitos casos, as boazinhas na escola e na família. Tudo isso para sermos de alguma maneira vistas e nos sentirmos amadas. De maneira inconsciente aprendemos que não basta sermos quem realmente somos, sem os esforços para agradar, para sermos dignas de amor.
Assim seguimos, ajudando os colegas, amigos, irmãos mais novos, avós, tios, vizinhos, associações… Qualquer desconhecido parece mais importante do que eu!
Construimos uma agenda em que todos cabem, menos nós mesmas. E no momento em que poderíamos ter um tempo livre de descanso ou até de diversão, nos sentimos culpadas ou egoístas.
Afinal de contas, é certo eu descansar enquanto tem tanta coisa para fazer na casa? Ou enquanto sei que meu filho gostaria de brincar e ter mais da minha atenção? Enquanto meu trabalho não gera a quantidade de dinheiro que preciso? Ou sabe-se lá quem pode precisar da minha ajuda?
O autoabuso feminino é erroneamente chamado de bondade em nossa sociedade. Só que esse comportamento prestativo não se trata de uma bondade genuína. Não é uma generosidade escolhida, na qual eu transbordo de amor a partir do meu interior.
Nada disso! Trata-se de uma busca desesperada por reconhecimento! É alguém seco internamente tentando nutrir outros seres para se sentir importante. É uma compulsão por se sentir necessária, criando dependência em quem está ao nosso redor.
E isso vai contra o que ocorre na natureza, onde os animais desde filhotes, são estimulados por suas mães a serem autônomos, independentes e capazes de sobreviver nas mais adversas circunstâncias.
Levamos anos e anos nesse automático. Quando percebemos, estamos exaustas e anuladas tanto quanto nossas ancestrais. Possivelmente mais insatisfeitas, porque agora temos mais repertório cultural e desejos diversos.
Chega um momento na jornada de vida da mulher em que parece que tudo perdeu o sentido. Ela se sente morta por dentro, mesmo que continue a cumprir todas as obrigações e tarefas que lhe delegaram (ou que ela pegou para si por achar que os outros não fariam direito).
É assim que recebo boa parte das clientes que atendo: exaustas física e emocionalmente.
E é esse o destino de milhares de mulheres que permanecem vivendo no automático, a maioria sem qualquer tipo de suporte terapêutico.
Muitas delas se entorpecendo para diminuir a dor interna que sentem. Algumas na comida, outras na bebida, nas compras ou redes sociais… A forma de se desconectar as próprias emoções muda, a dor evitada é a mesma: a dor na invisibilidade e do autosacrifício.
Mas existe um caminho para romper com isso. Ele não é um passe de mágica. É um processo de desdomesticação.
Trata-se de estar consciente a cada escolha para sair da programação mental de costume.
O caminho é perceber que uma mulher emocionamente doente não tem como criar filhos felizes ou nutrir outros relacionamentos saudáveis. Pelo contrário, vai perpetuar a mesma programação mental, em que os pequenos (sobretudo se meninas) aprendem a se anular em função do outro.
Mesmo que não tenha filhos, sem alegria genuína, não vai ter abundância na vida, e nos projetos que criar.
A jornada de cura interior é perceber que sua vida, sim, importa. Assim como a de todos os outros seres existentes no planeta. É aprender que é nutrindo a si mesma, que você pode transbordar em contribuição para a criação de um mundo melhor para todos.
É trazer para a consciência que a alegria está em ser inteira e não em ser boazinha (mesmo que explodindo de raiva por dentro).
Se você se identificou com comportamento que descrevi neste texto, saiba que é possível mudar. E existem diversas possibilidades para isso, dependendo de em qual ponto da jornada de autoconhecimento você esteja.
Uma das minhas recomendações nesse sentido é a leitura do livro “Mulheres que Correm com os Lobos” que traz uma jornada de iniciação rumo a uma nova mentalidade feminina, em que nos reconectamos ao que ainda há de selvagem (não domesticado) em nossa psique e nos tornamos protagonistas de nossa realidade.
Sou fã deste livro e até gravei uma temporada de podcast com os comentários sobre este livro e algumas propostas de autoconhecimento e você pode acompanhar gratuitamente clicando AQUI.
Outra possibilidade é reaprender a se relacionar, tratando, em primeiro lugar a relação que você estabeleceu consigo mesma desde a infância. Você pode aprender lições práticas para dar passos importantes nesse sentido em uma jornada de 21 dias chamada Cure seus relacionamentos. Saiba mais clicando AQUI.
E, caso esteja realmente disposta a investir em uma revolução anterior, indo fundo num caminho de reconexão com a essência, venha fazer parte de um programa terapêutico personalizado. Entre em contato AQUI para saber como funciona.
Desejo de coração que, independente da possibilidade escolhida, você comece hoje a se valorizar e perceber a importância que você tem, fazendo escolhas alinhadas ao seu coração e que tragam alegria para sua vida.
Um abraço,
Juliana Bernardo